Global Analysis

Lausanne ’74

Bons mordomos do legado

Doug Birdsall jul 2014

This is the Executive Summary. The full article is available in English.

Quando Billy Graham foi entrevistado pela revista Newsweek em 2006, perguntaram qual teria sido o impacto mais duradouro de seu notável ministério global de sessenta anos. Para surpresa do entrevistador, ele respondeu que sua contribuição mais significativa talvez fosse o Congresso Mundial de Evangelização de 1974 em Lausanne e o Movimento de Lausanne que dele surgiu. Este ano comemoramos o 40.o aniversário daquele congresso que marcou época e foi, a meu ver, o encontro missionário mais significativo da era cristã.

Lausanne ’74 ocorreu numa época de transformações monumentais no cristianismo global. Graham foi visionário e catalisador. Sem seu poder aglutinador, o Congresso não teria existido. John Stott e Graham emergiram como as duas grandes figuras do Congresso. Eles encarnavam seu ethos como um encontro para “praticantes reflexivos”; articularam a visão, convocando “a Igreja Toda para levar Todo o Evangelho ao Mundo Todo”; e moldaram o “espírito de Lausanne”, que Graham descreveu como um espírito de “humildade, amizade, estudo, oração, parceria e esperança”.

Três grandes contribuições de importância global emanaram do primeiro Congresso de Lausanne: o Pacto de Lausanne, a missão holística e o novo paradigma missiológico de povos não alcançados. Lausanne ’74 também gerou um movimento global. Ele criou um novo senso de unidade e energia em favor do evangelicalismo global e isso inaugurou uma nova época na evangelização mundial. Graham aglutinou o mundo evangélico em Lausanne. As correntes que encontraram confluência em Lausanne lhe trouxeram força e profundidade, também criaram correntes transversais e cavaram novos canais, criando movimentos dentro do movimento.

Desde o início do século 21, têm-se elaborado condições em relação à visão e aos valores do Movimento de Lausanne, com seu compromisso com a seriedade no estudo bíblico e a profundidade na reflexão teológica como a base para uma atuação missionária estratégica. Lausanne defende a convicção de que toda reflexão teológica deve ser missiologicamente expressa e toda ação missionária deve ser teologicamente embasada. As duas são inseparáveis, caso contrário não há missão autêntica.

Tal é o legado de um congresso reunido há quarenta anos. Nenhum congresso global, antes ou depois, teve a profundeza de impacto ou a amplitude de influência desse encontro histórico. Essa é uma dádiva de Deus mediante o espírito magnânimo de pessoas como Graham e Stott. É, portanto, imperativo que o espírito e o conhecimento de Lausanne sejam transmitidos à próxima geração. Aliás, aqueles que podem nos guiar melhor para o futuro são os que têm melhor compreensão do passado.

Assim como Graham e os líderes de sua geração aprenderam com a Conferência de Edimburgo e se inspiraram nela, creio que a próxima geração será instruída e inspirada por aquilo que aconteceu quarenta anos atrás em Lausanne ’74.

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